Idade e redução da audição: como evitar e tratar o problema

Cerca de 70% dos idosos possuem algum tipo de deficiência auditiva, segundo a Organização Mundial de Saúde (OMS). Há vários fatores que influenciam na causa desse problema, e alguns podem ser prevenidos ao longo da vida, com a adoção de hábitos simples.

O processo de envelhecimento acaba provocando alterações naturais na constituição física do indivíduo, facilitando uma diminuição gradual da audição e outros problemas recorrentes. E, como consequência, também pode causar depressão e isolamento aos idosos.

Os tipos de dificuldade na audição

Por volta dos 60 anos, muitas pessoas já têm sinais de inabilidade auditiva. O desgaste fisiológico das células auditivas apresenta um fenômeno chamado de presbiacusia, que pode se associar à genética e a situações ambientais, como exposição contínua à poluição sonora.

Os primeiros indícios são a dificuldade em se identificarem sons agudos, até que começa a se tornar impossível a identificação deles. Aliados a outros fatores, esses podem interferir profundamente no cotidiano do idoso e são perceptíveis quando o indivíduo começa a aumentar muito o volume da TV e do som e não consegue manter uma conversação.

Mas, antes de falar sobre prevenção, é preciso entender os tipos de surdez existentes e como podem ser os tratamentos para eles. Os mais comuns são a neurossensorial, a por condução e a mista.

A neurossensorial ocorre quando há uma lesão das células neurais ou sensoriais, o que gera uma dificuldade em se perceber os sons e transformá-los em estímulos elétricos da cóclea até o cérebro. É o tipo presente na presbiacusia.

Já a por condução acontece quando há um tipo de obstrução na passagem de som, como o rompimento do tímpano, o acúmulo de cera ou algum objeto; ou uma alteração na cadeia ossicular que transmite o som até a cóclea. Muitos idosos têm dificuldade auditiva pela simples presença de grandes rolhas de cerume, que podem ser facilmente removidas.

A mista acontece quando há uma associação dos dois anteriores. Pode haver, por exemplo, um  paciente com presbiacusia associada a rolha de cerume.

Como lidar com a perda auditiva em idosos?

É muito importante fazer consultas médicas para conferir se está tudo em dia com a audição. O exame preventivo ajuda a identificar qualquer dano inicial e a agir antes que ele se desenvolva, com grandes chances de evitar grandes prejuízos no cotidiano.

O otorrinolaringologista avaliará o tipo de trabalho feito pelo paciente, os medicamentos que ele usa e os sintomas que apresenta. As dores, desconfortos, zumbidos, tonturas e vertigens podem ser agravantes para a identificação do problema.

Quando o paciente começa a apresentar surdez gradual, especialmente quando ele é idoso, a qualidade de vida da pessoa começa a ser comprometida e surgem sintomas de depressão, isolamento, ansiedade e até pânico. Porém, mesmo com sintomas diretos e indiretos, a maioria dos pacientes reluta em procurar um médico e acaba ampliando ainda mais os problemas.

Não é fácil impedir que os problemas auditivos surjam, mas evitar estar em ambientes com muito barulho, que envolvam armas de fogo, construções, fábricas, música alta, automobilismo e aviação, pode amenizar a possibilidade. Se for inevitável, use protetores auriculares.

Alguns pacientes podem ter histórico familiar que influenciam diretamente na dificuldade em ouvir, assim como também influencia o uso de medicamentos como antibióticos. Doenças como meningite podem danificar a audição.

A perda da audição pode ser solucionada com o uso de aparelhos auditivos ou procedimentos cirúrgicos. Caso note alguma mudança, procure um otorrinolaringologista para avaliar o seu caso.

Quer saber mais? Estou à disposição para solucionar qualquer dúvida que você possa ter e ficarei muito feliz em responder aos seus comentários sobre esse assunto. Leia outros artigos e conheça mais do meu trabalho como otorrinolaringologista em Governador Valadares.